Como perder peso de forma saudável e sustentável em longo prazo? Essa é uma pergunta que muitas pessoas se fazem diariamente. Aposto que você também já pensou a respeito!
Dietas malucas e restritivas, remédios para emagrecer, cirurgias e tratamentos invasivos estão cada dia mais populares.
E quais são os resultados em médio e longo prazo dessas técnicas mirabolantes?
Depois de tanto sofrimento e privação e de ter colocado a saúde em risco, os problemas permanecem e o peso volta a subir na balança, para desespero e frustração geral!
Mas, afinal, como perder peso de forma saudável e sustentável?
Para responder a essa questão e entender os motivos pelos quais a população está cada vez mais obesa e doente, convidei o Dr. Marcelo Denaro para uma nova entrevista.
=> Instagram: @marcelofdenaro
Aqui o papo foi direto e sem rodeios! A verdade é que não existe mágica nem milagre para perder peso! A saúde precisa ser construída e conquistada com mudanças diárias e permanentes!
Ficou curiosa? Confira aqui a entrevista! Tenho certeza de que você terá um choque de realidade e refletirá com muito mais critério e cuidado sobre as escolhas alimentares que vem fazendo no seu dia a dia.
>>> Aproveite para acessar a outra entrevista realizada com o Dr. Marcelo Denaro. O tema abordado foi a Low Carb, Healthy Fat, a estratégia alimentar mais falada do momento e que vem atraindo cada vez mais adeptos em todo mundo! Clique aqui!
Dados da OMS – Organização Mundial da Saúde – mostram que desde 2010, aproximadamente, mais pessoas estão morrendo pelos efeitos da obesidade do que de fome e desnutrição combinadas.
Ou seja, se antes o problema era de subnutrição, agora ele é de SUPERNUTRIÇÃO. Coisa de maluco, né?
Nunca houve tanto culto ao corpo, academias de musculação, crossfit, artes marciais e lutas em geral, nem tantas pessoas envolvidas com esportes aeróbicos, como corrida de rua, ciclismo, esportes na água e triathlon.
Por outro lado, vemos hoje uma disseminação de produtos industrializados e de baixa gordura (afinal, a gordura se tornou o grande vilão da humanidade desde a década de 60), retirando as pessoas da cozinha e levando-as para as prateleiras dos supermercados.
Para finalizar, culminamos com uma orientação iniciada na década de 80 para nos alimentarmos a cada 3 horas. A média de refeições, que antes era de 3 por dia, saltou para 6 ou mais.
Tais fatos deveriam ter dado uma pista para as pessoas envolvidas em elaborar as diretrizes nutricionais de que algo estava errado…
Mas, infelizmente, quanto mais obesa e doente a população ficava, mais a culpa recaía sobre ela mesma, como se a gula e a preguiça fossem as causas do problema, quando nitidamente não o são.
E qual o problema então?
Em poucas palavras, a culpa pela obesidade e adoecimento da população é do açúcar, das gorduras ruins (como as margarinas e óleos vegetais) e deste tsunami de produtos industrializados e refinados/processados, além do aumento da frequência alimentar e das porções.
“O que antes alimentava uma família inteira, agora virou porção para 1 pessoa nestes fast/junk foods, ou seja, come-se mais quantidade e mais vezes ao dia de uma comida com a pior qualidade possível.”
O resultado não poderia ser diferente do que vemos hoje em termos de obesidade em nível global.
A obesidade é uma doença HORMONAL e de particionamento energético (forma como cada corpo responde à absorção das calorias ingeridas: se serão utilizadas como energia ou armazenadas como gordura).
“Deixar a culpa recair sobre o indivíduo é muita maldade.”
Quer uma prova de que a obesidade não é doença de cabeça? Veja a obesidade infantil!
Assistimos, atualmente, a uma explosão dessa condição (muito rara no passado).
Duvido que alguém aqui culpe uma criança com poucos anos de idade de sofrer de problemas de falta de força de vontade ou de sedentarismo extremo.
É lógico que a genética é importante para determinar aqueles que terão um biotipo mais “cheinho”, mais “seco” ou mais “forte”.
Algumas pessoas terão de fato mais dificuldades para lidar com o peso do que outras (ainda mais na sociedade atual, em que “corpo ideal” feminino passou a ser o das modelos esguias e muito magras e o masculino super definido e “rasgado”), mas obesidade não é definida geneticamente.
Também não é justo culpar o indivíduo, como se a obesidade fosse uma doença comportamental ou psicológica.
Ninguém está dizendo que esses fatores não influenciem, mas, em geral, eles são a consequência e não a causa.
As pessoas ficam escravas da comida depois de algum tempo expostas a ela, principalmente de alimentos ruins que geram dependência e compulsão, como os maquiavelicamente refinados/processados em laboratórios para gerar esses comportamentos e, assim, venderem mais e mais.
Normalmente, elas não conseguem se livrar do vício, mas não ficaram obesas por terem algum problema de cabeça. Acabam ficando com problemas de cabeça após ficarem obesas (como doenças neurológicas, depressão, distúrbios psicossociais, etc.).
Muitas delas, caso deixem de ser expostas aos alimentos que as “intoxicaram?, conseguem regular novamente seu sistema hormonal de fome e saciedade e acabam perdendo peso, melhorando a saúde e deixando o quadro de dependência, compulsão e de fome constante.
Parece loucura, mas é verdade!
Contudo, não adianta apenas acreditar. É necessário colocar isso em prática.
A adoção de um novo estilo de vida pode ser difícil para algumas pessoas, principalmente no início do processo de mudança.
Mas, com ajuda de profissionais treinados e experientes em abordar as melhores alternativas para cada indivíduo, eu acho extremamente possível alcançar um padrão alimentar saudável.
Posso dar o exemplo da minha mãe, uma senhora de 70 anos que brigava com a obesidade há mais de 20 anos, pelo menos, sem nenhum sucesso.
Para piorar, ela adquiriu uma doença autoimune aos 60 anos, chamada esclerodermia, e tinha crises frequentes (pelo menos 4 por mês), em que apresentava febre, congelamento de dedos, muito mal-estar e fraqueza, passando o dia deitada debaixo de diversos cobertores, tremendo (crises típicas de pacientes portadores dessa doença).
Além disso, tinha pouca disposição e fazia uso de 2 medicamentos para controle de sua pressão arterial.
Há 2 anos, iniciamos uma mudança em seu estilo de vida, atuando única e exclusivamente na alimentação.
Resultado: aos 72 anos, ela está 23kg mais magra, muito mais disposta, interrompeu as medicações para pressão, pois não precisa mais delas, está completamente adaptada ao estilo de vida e …teve apenas 2 crises de esclerodermia em 2 anos, sendo a última há 9 meses.
Mas a alimentação fez isso tudo? Não posso afirmar com certeza, mas, repito, foi a ÚNICA alteração que fizemos.
Em primeiro lugar, precisamos entender que “emagrecer” e “ser saudável” são coisas diferentes.
Existem pessoas saudáveis com um biotipo um pouco mais “cheinho”, mas, em geral, as pessoas realmente saudáveis não podem sofrer com um sobrepeso importante ou obesidade.
Pessoas obesas têm um potencial enorme para ficar doentes e apresentar, em algum momento da vida, alterações que estejam relacionadas à obesidade: artrose ou dor articular, lombalgias, varizes, insuficiência de veias, distúrbios psicossociais, fadiga, desânimo, só para citar algumas.
Essas pessoas sabem que precisam perder peso para melhorar a saúde.
O problema é que, atualmente, também há milhares de pessoas magras e doentes (apresentando hipertensão, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, diabetes tipo II, doenças do coração, etc.) e, muitas vezes, nem sabem disso, porque o “biotipo saudável” engana.
“Os dados mostram que, nos EUA, aproximadamente 40% das pessoas magras podem ter doenças relacionadas à síndrome metabólica e que isso corresponde a 54% das pessoas portadoras da doença.”
Por sorte, atuar na raiz do problema pode ajudar a resolver as duas questões de uma vez só: emagrecer aqueles que precisam perder peso e dar saúde para todos.
E a raiz está nas escolhas que fazemos com aquilo que levamos à boca na hora de nos alimentar.
Sabemos que existem particularidades de cada grupo e individualidades, mas, em geral, se as pessoas comessem COMIDA DE VERDADE e deixassem de lado os alimentos processados/refinados (“construídos” pela indústria alimentícia), os farináceos, os açúcares e as gorduras ruins (margarinas e óleos vegetais), não viveríamos essa epidemia de obesidade e de doenças.
As doenças atualmente são TODAS tratadas à base de remédios, um para cada problema adquirido ao longo de anos de má alimentação, quando poderiam ser resolvidas de outra forma ou quem sabe até revertidas se atuássemos nas causas.
Sobre ser sustentável?
A palavra para isso é ESCOLHA.
Se fazemos uma mudança de estilo de vida e conseguimos perder peso, consequentemente, melhoramos a saúde, regulamos nossos exames, diminuímos ou retiramos medicamentos ou até evitamos começar a tomá-los.
Sendo assim, para quê voltar a comer aquilo que nos engordou e/ou adoeceu? Por que é gostoso? Mas, viver bem e melhor não é muito mais gostoso?
Por isso que eu digo: é uma questão de escolha.
Eu escolhi ser saudável e passar isso para a minha esposa e meus filhos (e outros familiares e amigos), porque quero envelhecer junto deles e vê-los com saúde também.
Os prazeres de algumas comidas que hoje evito serão bem mais eventuais, é verdade, mas não irão desaparecer. A minha alimentação atual me dá muito prazer.
“Mas, quem prefere comer tudo o que quiser, sem restrições, pode tentar a sorte para ver se no futuro continuará com saúde, sem remédios (ou com poucos, o que já seria ótimo) e sem doenças (ou com algumas que não debilitem tanto, exijam cirurgias ou matem cedo demais).”
Na 1ª opção, perdemos algumas “delícias da vida” (mas nem tanto assim) e temos mais chances de viver mais tempo e com mais saúde. Na 2ª, temos todos os prazeres momentâneos, sem privações, e fazemos figa para no futuro nada dar errado.
Enfim, questão de escolha!
Não posso afirmar se com mais facilidade, mas, sem dúvida, a pessoa tem muito mais chances de engordar novamente, porque não atuou na causa do problema.
A medicação irá inibir o apetite temporariamente ou atuar nos hormônios que controlam a fome e a saciedade, através de alterações na absorção ou excreção de determinados macronutrientes.
Assim, a pessoa consegue perder peso, mas, ao remover a medicação, tudo tende a voltar ao que era antes.
Não seria mais inteligente dar para o corpo alimentos que podem inibir o apetite e “consertar” o desbalanço hormonal naturalmente?
E não nos esqueçamos dos possíveis efeitos colaterais tão conhecidos da maioria dos remédios.
Costumo abordar o tema em consultório da seguinte maneira: digo ao paciente obeso e/ou portador de síndrome metabólica que ele tem 3 opções para emagrecer e melhorar sua condição de saúde:
=> 1ª OPÇÃO: cortar 2/3 (ou algo do tipo) do seu estômago (essa opção vale apenas para pessoas obesas, é claro!), com boas chances de perder muito peso e melhorar/reverter os sintomas, MAS sabendo dos riscos da cirurgia e das potenciais sequelas com relação à absorção de nutrientes, problemas para se alimentar, voltar a ganhar peso, etc.
=> 2ª OPÇÃO: manter as doenças e CONTROLÁ-LAS com medicamentos, com boas chances de perder peso (ou não!), ou seja, controlar a pressão (muitas vezes com uma combinação de remédios de dar inveja), controlar níveis de glicose, triglicérides e colesterol total.
Nessa opção, não devemos esquecer que a (s) doença (s) continua (m) lá e tende (m) a progredir com o tempo. Afinal, você a (s) está apenas controlando.
Quando você pagará o preço por ter jogado a sujeira para debaixo do tapete? Não sei.
Mas uma coisa é certa: existe um problema que pode não demorar tanto a aparecer e que se chama EFEITO COLATERAL provocado por esses remédios, como já disse na resposta anterior.
=> 3ª OPÇÃO: mexer na raiz do problema, isto é, na sua alimentação.
Duvida que pode ser simples assim? Só alterar seu estilo alimentar e pronto? Eu não lhe recrimino, eu também duvidava. Apenas peço a você que TENTE!
Que mal há em se alimentar corretamente? (Mas, não ache que corretamente é a tal Pirâmide Alimentar ou aquilo que você vê na mídia todo dia, pelo amor de Deus!).
Essa opção não envolve cirurgia mutiladora, medicamentos, nem efeitos colaterais.
E, se der certo, quem sabe você não vai PERDER muito peso, CORRIGIR sua pressão arterial, NORMALIZAR seus exames de sangue e REDUZIR, RETIRAR ou EVITAR o uso de medicamentos para o resto da vida?
E se der errado? Seguindo boas orientações e realmente encarando a mudança, eu duvido que sua saúde pelo menos não melhore muito.
Mas, se não acontecer como o esperado? bem, aí você pode recorrer à 1ª ou 2ª opção.
Eu saberia bem qual opção escolher. E você?
Enxergo duas causas para o problema: falta de uma dieta sustentável ou de AMOR PRÓPRIO.
Existem dietas que considero insustentáveis em longo prazo, por diversos motivos: as pessoas passam fome, comem comidas que não apreciam, o cardápio é monótono etc.
Nesses casos, a pessoa às vezes até emagrece, mas não consegue permanecer na dieta, voltando a comer as mesmas coisas que a engordaram, e o processo se reverte.
A segunda opção é mais complicada, porque envolve um componente subjetivo demais (amor próprio). Mas, vamos pensar juntos.
Quando uma mulher descobre que está grávida, no momento seguinte à notícia, ela muda seus hábitos de vida sem questionar: para de fumar, de beber, come o que lhe for recomendado, começa a fazer uma atividade física, se for indicado, ou interrompe aquela que adora fazer, se necessário.
Tudo isso por quê? Amor. Existe um esboço de vida dentro dela e ela já muda seus hábitos por amor.
Por que não fazer isso por si mesmo (a) então? É muita falta de amor próprio.
Basta pensar nos malefícios que podem ser provocados no corpo por uma alimentação desregrada e suas possíveis e prováveis consequências futuras, assim como as que ocorreriam em um bebê. Basta tratar do seu corpo como você trataria do seu bebê: com amor.
Na minha opinião, com alimentação correta. Comendo comida de verdade, evitando produtos industrializados / refinados / processados e “escutando” o nosso corpo, no que diz respeito à frequência alimentar: comer quando tivermos fome e até a saciedade.
Ao evitarmos junk food, estaremos evitando também essas porções absurdas que antes alimentavam uma família inteira e agora servem para a refeição de uma única pessoa.
Exercícios físicos, boa higiene do sono e reduzir o estresse também nos ajudam a ter uma vida mais saudável e são coadjuvantes no controle do peso.
“Mas, se o assunto é não engordar ou mesmo perder peso, uma boa alimentação é, sem dúvida, o fator preponderante.”
=> Se estiver à procura de receitas para montar a sua dieta, confira a seção exclusiva de receitas saudáveis do site. Todas elas foram elaboradas com alimentos de verdade!
É um completo contrassenso.
Só essa sua afirmação já deveria ter nos dado uma pista de que algo estava errado e de que a gula e a preguiça não são as causas da obesidade e de boa parte das doenças que hoje nos amedrontam e também aumentam em frequência a cada ano.
O cirurgião-capitão Thomas Latimer Cleave, conhecido como Peter Cleave, disse uma vez:
“Culpar comidas antigas por causarem doenças modernas é uma das coisas mais ridículas que já escutei na minha vida”.
A culpa das doenças modernas é das comidas modernas: muito industrializadas, processadas, refinadas, cheias de açúcar, conservantes, corantes e gorduras ruins.
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